2006-07-13

 

Art Digitalis (CANTO II)



Até agora a maior parte da arte digital que tenho apresentado tem sido feita numa única folha (leia-se, num único layer). São os velhos hábitos de trabalho analógico, eheheheh. Quando se trabalha em computador podemos dar um salto verdadeiramente qualitativo, desenhado partes diferentes em «folhas» diferentes. Hoje vou só demonstrar a utilização de 2 layers.

Vou aproveitar para falar de proporções humanas. Embora este seja um dos temas mais importantes em toda a história da arte (os gregos ocuparam muito do seu tempo neste assunto), a discussão das proporções do corpo e das variações das proporções do rosto (masculino versus feminino, criança versus adulto, de frente versus de lado, etc) ficarão para outra ocasião. Hoje vou só falar do rosto masculino, desenhado de frente, ok? Uma única regra para o rosto adulto: 3 alturas e meia! No layer das proporções desenho 4 linhas horizontais paralelas...


Com estas linhas auxiliares desenhadas no layer das proporções podemos voltar-nos então para o desenho do rosto humano propriamente dito. Criei então um segundo layer (por cima do das proporções) de desenho do rosto masculino adulto (na posição de frente). Criei uma paleta (sanguínea pareceu-me boa ideia para esta demonstração). Afiei o pincel (1 pixel de espessura) e esboçei com leveza (transparência elevadíssima) algumas linhas. O cabelo bate em cima, a testa começa a meia altura, as orelhas ficam inscritas a altura e meia / duas alturas e meia, e o queixo bate no fundo.


Para a próxima fase, regressei ao layer das proporções e acrescentei as linhas verticais de definição da largura: duas larguras e meia, dispostas neste caso deste modo particular com a «meia» no meio. Nesta altura pouco mais acrescentei do que linhas das sobrancelhas.








Acrescento 2 linhas ao layer das proporções: divido em duas partes iguais horizontalmente a folha a meio e faço o mesmo no eixo vertical. Isto proporciona-me estabelecer a posição dos olhos, do nariz e (deduzir) a posição da boca.







Acrescento ainda duas linhas verticais que dividem a meio o lado esquerdo e o lado direito. Com isto permito-me definir pormenores do rosto (sobrancelhas, orelhas, sombras).








Todavia para a acertar a posição da boca, tenho que dividir a meio a faixa horizontal inferior. Acabo por definir traços de expressão e efeitos de luz e sombra mais pronuciados. Faço acabamentos nos olhos e no cabelo. Extravaso alguns elementos para fora da quadrícula previamente definida (feitas as contas, ninguém é perfeito... eheheheheh!).






A maior parte dos livros de técnicas de pintura gasta algum tempo neste assunto das proporções do rosto, pelo que não deverá ser díficil encontrarem referências para vosso próprio uso. A título de exemplo nesta matéria aconselho-vos o livro que me inspirou neste exercício. «RETRATO - Rostos e Expressões» da colecção Manuais PET publicado pela PLÁTANO EDITORA é um livro de pequeno formato, muito sucinto, mas com informação de qualidade.



De qualquer modo hoje fica demonstrado que os layers são um passo à frente que podem fazer na transição do analógico para o digital.

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