2006-07-22

 

EU & Ellipse FOUNDATION

Quase um mês depois de ter anunciado a 26 de Junho neste blog a abertura da Ellipse Foundation, hoje acordei com vontade de fazer algo diferente e pus-me a caminho de Alcoitão (não tinha Ferreros Roche à mão, eheheheh). O problema foi mesmo lá chegar mas com (uma pequena) ajuda do mapa do site e com o meu sentido de (des)orientação lá dei com o sitio (como ponto de referência para quem quiser lá ir fica mesmo ao lado da MAKRO).

http://www.ellipsefoundation.com/Default.aspx?tabid=58


Primeiro que tudo impõe-se uma explicação: o que está exposto é só uma antecipação para o público nacional. São cerca de 80 obras de 55 artistas, isto é, menos de 1 terço da colecção. A inauguração vai ser só em Outubro. O que faz com que este espaço esteja a abrir para já as suas portas às 6ª, sábados e domingos sem cobrar nada... E até se pode tirar fotografias sem flash!






O núcleo central da colecção é formado por obras fundamentais de autores que se afirmaram ao longo da última década. Entre eles existe uma obra que não se pode apagar da memória. É uma instalação gigantesca do suiço Thomas HIRSCHHORN na sala de abertura. Ou se gosta ou se detesta, é a minha opinião!



O enquadramento restrospectivo dos autores é dado por uma perspectiva histórica alargada até à década de 80 e finais dos anos 70. Conta-se aqui um com um dos quadros em grande destaque de Julião SARMENTO. Esta imagem é um fragmento do tríptico da sala de abertura.







Na sua componente mais actual e prospectiva, a colecção aposta em autores de afirmação mais recente. Ao nível das instalações gostei mesmo muito desta da autoria de Michael ELMGREEN & Ingar DRAGSET. Trouxe-me à lembrança «As Aventuras de Tom Sawyer» do romance de Samuel Clams aka Mark TWAIN.



A minha preferência? É dificil de dizer. A exposição tinha muito pouca pintura contemporânea... Há quem diga que a pintura na arte contemporânea está a morrer... De qualquer modo, a certa altura dei por mim a fotografar de vários ângulos esta escultura (?) de Ernesto NETO.




E, ilustrado com um pormenor da paixão de Markus MUNTEAN & Adi ROSENBLUM, se estiverem com muito calor, cheiinhos de preguiça, e sem vontadinha nenhuma de pecorrer as curvas e contra-curvas de Alcoitão... deixo aqui a solução: uma visita virtual de algumas peças da colecçao (quase 300 obras de 113 artistas no acervo) encontra-se ao alcance deste link:


http://www.ellipsefoundation.com/Default.aspx?tabid=31

E para o fim deixo uma pequena surpresa... Fazem visitas guiadas já a partir da grande abertura em Outubro... E eu já deixei o meu contacto junto das relações externas. Ficaram de me contactar em Setembro para ver a hipótese de se combinar uma visita guiada para a nossa turma de pintores da GALP :)

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Comments:
Muito bem. Estou impressionado. E já agora, gosta ou detesta a obra do suisso?
 
Caro allaboutheforest,

Não que aquilo que eu, individualmente, penso seja muito importante... mas gostei muito de alguns elementos da instalação e não gostei nada da instalação no geral. Para ser + preciso... gostei mesmo muito da adaptação aos materiais do séc. XX que foi dada às formas de arte tradicionalmente africanas. Gostei também dos diversos elementos geométricos diversamente repetidos.

Obrigado pelo seu comentário.
 
O cruzamento entre a arte e a guerra é e será sempre uma inevitabilidade, até porque a arte sempre reflectiu o tempo em que é produzida. A obra de Hirschhorn é exemplo disso mesmo, de um mundo que vive entre a procura estética e a guerra (que para mim podemos é já a 3ª GGM). As imagens de cadáveres, fragmentos de corpos mutilados pela querra ou outras igualmente chocantes pretendem chamar a atenção do observador para algo que ele não quer ver mas que existe. A REALIDADE. Não podemos fingir que estas coisas não estão a acontecer e que elas não fazem parte do dia-a-dia do planeta em que vivemos. É necessário provocar os terráqueos, incutir-lhes responsabilidades, agredi-los esteticamente para que possam entender o mundo que os rodeia. Numa altura em que a estética do entretenimento predomina em todas, sem excepção, as sociedades ocidentalizadas tornam-se importantes estes gritos de alerta. Contudo, a dureza das imagens, sobretudo neste caso, leva a esmagadora maioria dos humanos a nem querer ver, a alienarem-se de uma realidade que é também a deles.
 
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