2006-07-17
EU & HAYAO MIYAZAKI - Parte 1

http://www.ghibli.jp/
Sem pretender ser exaustivo, eis uma breve sinopse da sua filmografia:
1963 - WATCHDOG BOW WOW / Wan Wan Chushingura
1965 - GULLIVER´S SPACE TRAVELS / Garibaa no Uchuu Ryokou
A inclusão da ideia de os robots serem humanos na pele de robots foi sugerida por MIYAZAKI e viria a alterar profundamente a concepção de todos os episódios a meio da série .
1968 - THE ADVENTURES OF HOLS, The Prince of the Sun / Taiyou no Ouji Horusu no Daibouken
Foi a sua primeira participação num projecto de longa metragem (este filme é 1 ponto de viragem no cinema japonês, até pela aceitação do manga como uma forma de arte). A sua intervenção foi de tal modo importante que a equipa teve que inventar um cargo específico para as funções que desempenhava. A figura masculina Hols é o protótipo de personagens como Conan, Pazu e tantos mais. A figura feminina também é a fonte de todas as futuras criacções. Todavia aqui, ao contrário do que irá fazer no futuro em que divide o bem e o mal por 2 personagens distintas, esta princesa parece quase bipolar!
1969 - THE FLYING GHOST SHIP / Sora Tobu Yuureisen
1971 - ALI-BABA and the 40 Thieves / Aribaba to 40-ppiki no Taizoku
1971 - ANIMAL TREASURE ISLAND / Doubutsu Takarajima

Esta série para televisão não precisa de apresentações entre o público português. Os seus personagens Heidi, Pedro, Clara e Avô são ainda recordados pela minha geração. O fascínio dos japoneses por tudo o que é europeu fica aqui demonstrado. Custa-nos a acreditar que uma história de uma miúda a correr descalça pelos prados dos Alpes suiços fascine um povo ancestral com uma cultura tão rica. Não resisto a apresentar o génerico e o final... em japonês, claro!

Mais uma série para televisão com grande popularidade. O cenário de ficção científica pós-apocalíptico alia-se a uma história de grande amizade entre 2 crianças: Conan e Lana. Os bons são mesmo bons, os maus afinal são bons e o beras são, infelizmente, mesmo beras. Editado em Portugal já em DVD pelo que se recomenda, claro!
1979 - LUPIN III, The Castle of Cagliostro / Rupan Sansei: Terebi to Kariosutoro no Shiro
Após a sua participação nesta série de quase 1 centena de episódios para televisão, Hayao MIYAZAKI realiza esta longa metragem para cinema.

Uma viragem bastante ecológica no universo onírico de MIYAZAKI. O Apocalipse chegou por via da própria vida e, se a vida não se compreender a si mesma, a esperança de sobrevivência para a humanidade morrerá. A Nausicaa revela-se uma das personagens femininas mais belas de toda a obra do realizador.

Mais um mundo devastado, pós-apocalíptico, mas profundamente belo e pastoril, mecânico e ordenado. A «história» deste mundo está magistralmente apresentada no genérico do filme. Só este genérico de poucos segundos vale pelo filme todo! Infelizmente ainda não existe versão em português para que os miúdos se possam deliciar com estes voos de piratas a altitudes (quase) estratosféricas!

Filme onde nasce o personagem mais famoso de sempre: o fantasmagórico e afável Totoro. MIYAZAKI abandona por agora a mitologia do futuro e regressa às fantasias da infância e da adolescência. Uma vida simples no campo, os regressos às origens... Resumindo numa frase que me é muito grata, é um registo do dito «Japão profundo»...

A personagem principal, Kiki, é uma feiticeira desempregada numa cidade moderna banalíssima. Todavia, a naturalidade com que esta situação perfeitamente bizarra é aceite, revela a mão do mestre!

Por azar, ainda não consegui deitar a mão a este filme e por isso é um dos poucos que ainda não vi. Sei todavia que o enredo tem a ver com o facto de um aviador dar um dia por si transformado num porco! Surrealista na ideia... Estou cheio de curiosidade de «apanhar» este em algum lado!

Foi a primeira aclamação mundial do génio de MIYAZAKI. Um contorno do Japão medieval para enquadrar as mais diversas fontes da mitologia daquela cultura. Divinal! Agressivo! Ecológico!

Foi aclamado mundialmente, tendo sido oscarizado! Conhecido de todos os portugueses. Chegou mesmo a ser sucesso de bilheteira nas salas de cinema portuguesas. O que é 1 facto quase inédito nesta área dominada pela DISNEY, pela DREAMWORKS e pela PIXAR.

Trata-se da última obra do realizador e é quase consensual a desilusão do público. O problema deste filme é ter surgido 2 anos depois da obra prima que é Chihiro. Ao alhear-mo-nos desse facto, a beleza e misticismo a que estamos habituados regressam logo! A edição em português permite que também nós possamos disfrutar desta viagem a uma Europa do «entre-guerras» totalmente irreconhecível e (maliciosamente) envelhecida.