2006-10-27

 

Art Digitalis (CANTO XVI)

O computador como criador... Este é o desafio derradeiro da arte digital. Será necessária a intervenção humana para que formas de arte possam aparecer? Será que a concepção humana destas novas ferramentas só por si bastam para que se chame arte aos resultados obtidos? Perguntas muito importantes como podem ver e... quase todas elas, sem resposta definitiva.

Estamos perante uma das fronteiras da arte sem sombra de dúvida. A diferença entre esta arte digital realizada por computadores e a arte conceptual é inexistente para muitos e mínima para os verdadeiros críticos. Eu, pessoalmente, acredito que esta definição de arte digital ainda vai ter muitas cartas para dar no futuro próximo! Quem quiser definitivamente inovar, destacar-se do main stream, da norma estabelecida, ser ousado e anti-establishment... é por aqui que pode começar a trilhar a sua carreira!

Não acredito que as formas de arte contemporânea venham a morrer... O que acredito é que novas ferramentas precisam de ser descobertas e desenvolvidas! Vou tentar fazer ficção científica:

a) a curto prazo vem aí a tinta e o papel digital. O papel de parede lá de casa vai poder dar notícias e passar os álbuns de fotos de família. As televisões vão poder emitir para paredes inteiras, mesmo fachadas de edifícios inteiros. A maior galeria do mundo ao alcance de qualquer um?

b) a médio prazo a nanotecnologia está quase a chegar em força. Eu não consigo imaginar o que isto poderá contribuir para a arte. Pincéis moleculares? Pintura bacteriana? Não dá para imaginar onde esta tecnologia irá parar...

c) e a longo prazo... onde outras técnicas ainda mais isotéricas relacionadas com a natureza quântica da matéria estarão prestes a ser manipuláveis. Quadros que mudam ao longo do tempo?


Com estas 3 dicas aponto para já, e sem pensar muito, 3 caminhos no futuro da arte. Todas estas técnicas vão ter aplicações em todos os domínios do conhecimento (química, física, medicina, biologia, etc). Eu associo estas transformações por exemplo ao desenvolvimento das tintas acrílicas no séc. XX, que só foi possível com os avanços da química orgânica no mesmo período.

Eu imagino que, após alguns milénios de tentativas fúteis, a arte será finalmente integrada no nosso próprio ser! Será que a arte deixará de necessitar das ferramentas?

Ora, para encerrar esta série de artigos de arte digital, alguns exemplos do que se está hoje a fazer nesta fascinante área. Chamo a vossa atenção para o facto de que a arte digital não tem necessariamente que ser visual! Existe poesia digital (com boa rima???) e existem composições musicais (com bom ritmo???) criadas totalmente por computador...

http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_art
http://www.dam.org/intro.htm
http://www.digitalartsource.com/index2.shtml
http://digitalart.org/


E para aqueles que pensam que «estas coisas só lá fora»... Fica aqui o site do português Miguel Moura (Arte Robótica) que, para além de vir a ter uma criacção sua (o dotado robot R.A.P., stands for Robotic Action Painting) que executa, ao mesmo tempo que exibe, os seus quadros (robóticos) na nova Ala da Humanidade no Museu de História Natural de New York, demonstra que a arte já não é meramente humana... O RAP demora em média 5 horas a executar um quadro. Com base na tecnologia dos insectos, ele desenha, escolhendo 1 traço, muda de cores (marcadores) e decide quando é que está tudo acabado... O próximo passo, de acordo com reportagem sobre Miguel Moura (jornal PÚBLICO de 28-09-2006), será o RAP aprender com os seus erros, descobrir novos métodos... resumindo, aprender evoluindo...

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